terça-feira, 14 de agosto de 2018

A ESCRITA TORTA POR LINHAS TORTAS


Ademar Bogo[1]
Resumo
Este estudo busca demonstrar que, desde quando se formaram os impérios até os dias atuais, as intervenções externas sobre as colônias e países dependentes foram marcadas pelos interesses políticos e econômicos impostos fundamentalmente pero mercantilismo. Para efeitos de interpretação mais localizada, tomamos como referência a segunda metade do século passado em diante quando, as motivações antinacionais levaram ao suicídio o Presidente da República, Getúlio Vargas, posteriormente destituíram por meio do Golpe Militar o Presidente João Goulart e, em 2016, pelos mesmos motivos por meio de um novo golpe, parlamentar com legitimação do poder judiciário, a Presidente Dilma Rousseff teve o seu segundo mandato abreviado pela metade. O estudo nos mostra que por trás dessas interferências está a inteligência do imperialismo norte-americanoque, em nome da defesa das democracias e dos direitos humanos, impõe políticas intervencionistas estampadas no Consenso de Washington, na Carta de Princípios da Cúpula das Américas e da assessoria jurídica ligada Secretaria de Assuntos Jurídicos que funciona na sede da Organização dos Estados Americanos – OEA.
Palavras chave – Nacionalismo, golpe, intervenção, imperialismo
                       
Introdução
            Desde que surgiram os impérios,os Estados mais fortes vigiaram e controlaram os Estados mais fracos, certamente porque os interesses econômicos sempre se entrelaçaram com os interesses políticos e as más intenções intervencionistas.
            Foi na modernidade, depois da longa quietude feudal do poder em pequenos reinados, que surgiu a riqueza móvel baseada no ouro e na prata e obrigou os monarcas europeus a aplicarem diversas medidas para arrecadarem a riqueza transportável. O conjunto dessas medidas recebeu o nome de “mercantilismo”. Para angariar o ouro e a prata, os países europeus precisaram exportar mercadorias e explorar as colônias monopolizado-as e implantar sobre as populações locais o poder absoluto pelo controle de todas as relações: econômicas, políticas, sociais e religiosas.
O mercantilismo pelo qual se formaram as grandes potências coloniais e depois imperiaisembasou-se em três referências fundamentais: a formação da riqueza com o ouro raptado; o monopólio do comércio com as colônias e, a formação do Estado Nacional Moderno absolutista com justificação jurídica para as políticas voltadas para fora.
De lá para cá muitas coisas mudaram, mas o “Absolutismo” que tomamos como apenas sendo um regime político, teve a sua origem nos interesses econômicos e é por meio do “Absolutismo econômico” que ainda hoje, os países mais fracos permanecem dependentes dos países imperialistas que diversificam as formas de intervenção, mas jamais mudam os objetivos de dominação, exploração e imposição de medidas que aniquilam as soberanias nacionais.
Com esses elementos históricos, procuraremos problematizaras filosofias que concebem as políticas imperiais no tempo presente e que surpreendem pela simplicidade das mediações que empregam, sempre com um ar de entendimento e defesa dos interesses democráticos, levando-nos a conclusão de que, se a evolução das forças produtivas e das relações sociais e de produção criam as condições para superarmos o capitalismo, elas também podem nos obrigar a permanecer nele ou seja, a dominação e a emancipação são forjadas sobre a mesma materialidade social.

1 – Os acontecimentos e as consequências.

Há pelo menos duas maneiras de olharmos para a História e compreendê-la: a primeira é pelos acontecimentos e, a segunda, pelas consequências forjadas pelos acontecimentos.
            Pelos acontecimentos podemos reescrever a História do Brasil, da segunda metade do século passado para cá, observando a onda das ditaduras militares desencadeadas pelos golpes de Estado, que foram orientados pela inteligência do império dos Estados Unidos da América a partir de 1954. Na época a pressão sobre o governo brasileiro levou o presidente Getúlio Vargas a cometer suicídio (no mesmo ano atacou a Guatemala e o Paraguai); o fato fez retardar a intervenção, político militar para Abril de 1964. Como comprovação do prolongamento da mesma política, posteriormente, os golpes de Estado, em 1973, ocorreram no Chile e no Uruguai e, em 1976,na Argentina.
            Enquanto acontecimentos no processo histórico, podemos registrar a Anistia aos presos políticos; descrever o processo de abertura, que aos olhos das forças de esquerda abriu o caminho para o aproveitamento da via eleitoral para implementar os projetos sociais sonhados, por isso a luta pelas eleições diretas, a elaboração da nova Constituição, a posterior realização das eleições para o presidente da República e para o poder legislativo em geral. Posteriormente com a política de “globalização” tivemos os governos neoliberais, depois os neo-desenvolvimentistas e chegarmos ao “golpe jurídico/parlamentar” de 2016, quando foi deposta a presidente da República, Dilma Rousseff.
            Pelo olhar também das consequências, passamos pelos mesmos acontecimentos, mas desvendamos os seus motivos e percebemos facilmente que, devido aos pequenos vestígios de medidas nacionalistas intoleráveis ao imperialismo, há uma relação intrínseca entre a morte de Getúlio Vargas, o golpe militar de 1964 e o golpe jurídico/parlamentar de 2016. Isso revela que a falta de sintonia entre o governo local e os interesses imperialistas, leva, mesmo no capitalismo, a intervenções reguladoras das condutas são pensadas centralizadamente fora de cada país. Essa prática remonta a era da modernidade, quando, por meio da economia mercantil, a burguesia aliada aos reis implementou a dominação sobre as colônias por intermédio do Absolutismo econômico, político, militar e religioso.
            O processo que exigiu a intervenção do imperialismo por intermédio das forças opositoras locais, neste século,é consequência do convite feito pelos capitalistas às forças de esquerda ou progressistas, ainda na década de 1980, a participarem das disputas eleitorais para que, com o acesso aos cargos públicos pudessem também gerenciar a ordem capitalista. Iniciava assim, como ocorreu em 1500 com os nativos, a cooptação dos “rebeldes” que não só passaram a falar como também a se comportar como os burgueses; respeitar as mesmas leis e a pensar que a democracia era apenas a ausência da “ditadura militar” e, a presença da liberdade de expressão em um território, seria a instalação de “um governo para todos”. O agravante maior nesse entendimento foi de que,a superestrutura do capitalismo serve da mesma forma a todas as classes.
            É evidente que o golpe de 2016 é consequência das vitórias eleitorais advindas desde 2002, mas não significa que o imperialismo e as corporações capitalistas internas e externas perderam com elas, quando muito, com a crise econômica apenas deixaram de ganhar um pouco mais. Naturalmente, se não houvessem ocorrido tais vitórias e os governos neoliberais tivessem seguido a mesma trajetória da década de 1990, os fatos seriam outros e as consequências poderiam ser ainda piores.
            É inegável que vivemos entre 2003-2016 um período de “realização de sonhos”rebaixados com a satisfação das necessidades básicas dos mais pobres. No entanto, o movimento dialético presente em cada um dos lados (do império e dos governos neo-desenvolvimentistas) pendeu para polos opostos: para o império, as contradições eram ascendentes no sentido do retorno ao controle político, para nós,as negações das negações levavam ao descenso e à decadência do projeto; senão vejamos:
i)                    Enquanto o império buscava construir consensos entre os países, internamente, as esquerdas, forças populares, partidárias e sindicais dividiam-se e mergulhavam na crise de identidade entre lutar contra e defender o governo;
ii)                  Enquanto o império programava os passos futuros experimentando o jogo de força entre os três poderes,para saber qual deles teria que assumir a vanguarda do controle institucional, as esquerdas, por complexos ditatoriais, cuidavam-se dos militares e renegavam os objetivos estratégicos para mostrar que não “eram perigosos” e governavam “para todos”, abrindo ainda mais os caminhos para o “mercantilismo” expandir-se pelo mundo;
iii)                Enquanto o império readequava o papel do Estado, mantendo-o como um instrumento de prestação de serviços e de segurança ao capital, o governo fortalecia o Estado como um instrumento de conciliação de classes aumentando os gastos sem se preocupar com as fontes de arrecadação;
iv)                Enquanto o império exigia e ganhava espaço por meio das corporações fortalecidas, o governo sancionava leis que enfraqueciam as lutas sociais, incentivava a concentração da terra, respeitava as grandes fortunas, favorecia os Bancos e investia em infra-estrutura para favorecer os investimentos capitalistas concentrarem mais riqueza, com o objetivo de gerar empregos;
v)                  Enquanto o império preparava o novo golpe, o governo aumentava impostos, reduzia os serviços penalizando os mais pobres e não os capitalistas; renovava as concessões como ocorreu com a rede Globo em 2008 que, posteriormente passou a informar a fraqueza política da presidente, que perdia dia após dia a sua popularidade.
vi)                Enquanto o imperialismo financiava e orientava as reações de setores da direita,implementando a ideologia da “corrupção” e a negação dos partidos políticos, o governo, usava práticas assistencialistas e desconcientizadoras e, os partidos, sindicatos e movimentos da base aliada, esvaídos da força de resistência não equiparavam os enfrentamentos.
vii)              Enquanto império formava os agentes do poder judiciário, do Ministério público e das forças de inteligência para intervirem na institucionalidade, as forças contrárias desarmavam as tendas da formação de militantes e os liberava para que se tornassem cabos eleitorais de correntes políticas aliadas.
viii)            Apenas, (como o saudoso 7 a 1), enquanto o império exigia acesso livre às riquezas naturais, a redução do Estado e a redução dos direitos sociais, o governo resistiu a esses reclames e por esses aspectos, mesmo dentro do capitalismo, o imperialismo rompeu com a legalidade proposta na década de 1980, quando todas as forças aceitaram que as disputas seriam no campo eleitoral. De tal forma que, as próprias forças do capital e do império, que sempre defenderam o “Estado de Direito” quando sentiram que os seus interesses estavam minimamente prejudicados, desferiram o golpe e romperam com a legitimidade eleitoral, tanto com o impedimento de Dilma quanto com a prisão de Lula para impedi-lo de candidatar-se e disputar o terceiro mandato.Daí se vê como era frágil a ideia da democracia política proposta pelos capitalistas.

Diante destas e de outras contradições e para satisfazer o desejo de certos interesses internos, o golpe de 2016 encontrou terra fértil para a sua germinação desde o ano de 2005 e, o motivo, independentemente da cor da bandeira, é que o imperialismo não tolera vestígios nacionalistas nos programas dos governos das Américas. Assim foi em, 1954, depois em 1964 e também em 2016, quando o controle do petróleo e a ampliação dos gastos públicos, fez com que o “modelo” neo-desenvolvimentista afrontasse (em certa medida) o modelo neoliberal.  Diante disso, podemos constatar o vigor das interferências externas sobre os poderes locais que, após o golpe consumado, o governo constituído por corruptos declarados, sem gozar do mínimo de aprovação popular se mantém e seguirá até as próximas eleições. O fator determinante se deve ao fato dele favorecera concentração capitalista da riqueza e investir na nova onda das reformas, que visam, basicamente, retirar os direitos dos trabalhadores e das massas populares, privatizando todos os serviços inclusive o Sistema Único de Saúde, o SUS.
           
2- As circunstâncias e as opções históricas
           
Embora que o movimento das circunstâncias circule por duas vias paralelas: a de que elas nos fazem e a de que nós as fazemos ao mesmo tempo, na década de 1980, com o surgimento das reações de massa contra a ditadura, os degraus imediatos da luta política, indicavam para um novo aprendizado. Tendo anteriormente a burguesia e o imperialismo rompido com a ordem institucional por meio de um golpe militar (como previra Engels também na Alemanha), a luta consistia em recompor aquela ordem e envolver-se com a sua estruturação. Por essa razão é que não poderia ser uma luta frontal pelo socialismo e ganhou força a defesa das eleições diretas e instalação da Assembleia Nacional Constituinte.
Do ponto de vista político e social, as eleições e a constituinte foram duas grandes vitórias, pois, a junção das forças partidárias, sindicais, populares e religiosas, em torno do Partido dos Trabalhadores, permitiu inovar os métodos de fazer política e, se na luta armada um ou outro membro da família optava por agir contra o regime, em relação às conquistas democráticas, famílias inteiras convertiam-se e engrossavam as fileiras da luta de classe e popular. Mais do que um partido ou um projeto, era um processo de acúmulo de forças feito por uma escola de educação política, que exigia de cada ser social, apenas a participação permanente.
A perspectiva institucional da época não permitia negar-se a disputar as eleições e a eleger os representantes de classe conforme as leis eleitorais, mas ao contrário do que veio a ocorrer, a luta de classes era mais expressiva e permanente que as eleições figuravam como um breve período no calendário de lutas. As vitórias eleitorais foram alcançadas passo a passo, mas, como a lima que tem o sumo doce e o bagaço amargo, no final, a sensação que ficou foi de que as vitórias conjunturais amargaram derrotas estratégicas.
Em meio a um processo avaliativo, ouve-se de tudo contra e a favo raos passos dados, e com razão. Podemos dizer que as circunstâncias conjunturais iludiram os homens que deixaram de fazer as próprias circunstâncias, mas pouco se ouve falar do processo silencioso constituído pelos inimigos que vigiavam os passos dos novos defensores da ordem e do Estado. Daí, com olhar atento, podemos observar que não teria sido errado contribuir para reconstruir a ordem institucional capitalista rompida em 1964 e crescer organizadamente dentro dela, mas, errado terá sido o descuido de não ter se preparado para enfrentar as forças da direita quando elas tentassem a mesma ordem reconstituída, como ocorreu em 2016 e aí sim fazê-la transmutar-se para a ordem de superação do próprio capitalismo. Errado foi ter imaginado que poderíamos conviver com as forças da direita por meio da filosofia do consenso entre as classes.
 Diante disso é que devemos refletir sobre o sentido atual da palavra de ordem, “Lula livre”.A intencionalidade da perspectiva, “Lula livre”, para além dos aspectos solidários e da defesa simbólica do processo anterior é fazer com que Lula volte a ser presidente do Brasil, em meio às circunstâncias que a história nos oferece e que claramente não estão favoráveis para uma ruptura da ordem capitalista.
No entanto, já conhecemos o desfecho que leva a curto prazo as vitórias do processo puramente eleitoral. Elas legalmente contêm as possibilidades de se fazer o intencionado, mas fragilizam as forças de esquerda por não saberem contra quem dirigir a oposição. Pela lei da dialética da “negação da negação”, poderíamos concluir que nos governos neo-desenvolvimentistas as forças de esquerda não souberam ser a “oposição da oposição”, elevando os graus de conflitos que levam os explorados ao poder e não como fora feito, de acomodar dos mesmos.
 Para além disso, a conquista do governos pelos pleitos eleitorais, colocou os trabalhadores como guardiões do Estado ou de instituições que jamais deixarão de ser instrumentos de dominação e  de exploração da classe trabalhadora e das massas populares. Mal comparando, a luta reinvindicatória se assemelha às disputas institucionais. Quando o empregado reinvindica aumento de salário, ele não quer destruir a empresa nem destituir o patrão de seu patrimônio; logo; ele reinvindica de alguém que lhe é superior e afirma-o ainda mais, como era afirmado o senhor quando diante do escravo. Da mesma forma ocorre com as disputas institucionais, ninguém quer assumir o governo e destruir o Estado, ao contrário, quer “fortalecê-lo”, “moralizá-lo” e “respeitar as leis”, até que um dia, por meio de um golpe ou por outra eleição de um governo de índole oposta, o mesmo Estado que concedeu alguns direitos vem e os subtraí.
A palavra de ordem “Lula livre”, tem sentido político estratégico, se no horizonte estiver o inverso do que foi feito no processo passado. Desta vez, o governo terá que deixar-se governar pelas organizações populares, partidárias e sindicais. Terá, mesmo dentro da ordem que acirrar as contradições de classe como:interromper o pagamento da dívida pública, revisar os valores pagos e, se ainda restar algo a pagar, estabelecer as taxas de reajuste aos juros da caderneta de poupança. Taxar os Bancos e as grandes fortunas, expropriando as empresas privadas de interesse nacional. Revogar leis e reverter as políticas estabelecidas pelos agentes do golpe, por força do poder Executivo ou pela convocação de plebiscitos. Controlar o agronegócio por meio de multas e cortes de subsídios, incentivando a pequena agricultura e realizar a reforma agrária. Revisar e retirar as concessões públicas, principalmente sobre os meios de comunicação e fortalecer o projeto de transição para o socialismo.Ou seja, pelas circunstâncias históricas não há força para um rompimento imediato, mas qualquer passo a frente deve ir em direção a esse objetivo.
            Dessa maneira é que um governo de natureza popular terá que considerar as disputas eleitorais como meio e não como fim. Um meio que se articula com outras mediações, que impeça as forças contrárias de romperem com a ordem de superação de si própria e, se romperem que encontrem do outro lado a resistência capaz de derrotá-las.
            Ainda não vimos muita coisa, mas nunca ecoou com tanta veracidade a palavra de ordem de 1848 que convocava aos proletários de todo mundo a unirem-se, primeiro, para defender os interesses nacionais, depois, para defendermos o planeta, pois, está muito próximo de ocorrer, com a descoberta de água no planeta Marte a terra passará a ser colonizada, desta vez por verdadeiros marcianos que nascerão das minorias das elites que se mudarão daqui para lá.

3 – As origens da escrita nas linhas tortas

            Na década de 1990 falamos muito sobre o “Consenso de Washington” que ocorreu em 1989 e que se resumiu nas medidas fundamentais para implementar o Neoliberalismo nos países das Américas. O receituário seguiu os princípios do modelo neoliberal que já conhecemos; visava abrir as fronteiras comerciais dos países para o capital circular livremente; privatização das empresas públicas; terceirização dos serviços como, saúde, educação, segurança; reforma fiscal e a redução do Estado com corte gastos, redução do valor real dos salários, desregulamentação progressiva da economia e reforma trabalhista.
            Daquela reunião em diante todas as políticas implementadas em um país imitavam as aplicadas em todos os países e, por isso, tal qual havia ocorrido com a onda dos golpes militares em diversos países da América Latina, a onda neoliberal unificou a intervenção daquele momento em diante, por intermédio dos poderes executivo e legislativo de cada país. Para precaver-se de alguns sobressaltos, se por acaso algum governo local “saísse do consenso”, os Estados Unidos da América impuseram algumas medidas de natureza “humanitária” que foram apresentadas da seguinte forma: a) defesa dos direitos humanos; b) defesa da democracia e, c) combate ao terrorismo e ao narcotráfico. Na verdade, os “disfarces” humanitários e democráticos, logo após as ditaduras, tutoradas pelo próprio império, visavam conter os movimentos revolucionários e as lutas populares em crescimento.
O primeiro movimento em direção a aquelas decisões foram entregue aos ministros, principalmente os da área econômica que se encarregaram em dar sequência a implementação das medidas propostas e, no aspecto dos Direitos humanos e a defesa das democracias as forças de segurança,haviam assumido o comando da formulação das intencionalidades repressivas para a década de 1990, por meio de duas reuniões, nas quais, até 13 de agosto de 1988, já haviam produzido dois documentos de diretrizes básicas que orientaram as decisões no Consenso de Washington denominados de: Santa Fé I e II.
Dos relatórios das reuniões consta a classificação de três formas de guerra a serem combatidas: de alta, de média e de baixa intensidade. Esta última, também tipificada como “conflitos de baixa intensidade” representados pelas lutas populares, deveria receber a atenção especial, pois, tratava-se de encontrar medidas para conter as reações forjadas pelo crescimento das mobilizações urbanas e rurais. Sendo assim, o ataque deveria ser desferido contra as Organizações não governamentais (Ongs), à Teologia da Libertação, partidos e organizações de esquerda e os movimentos sociais de natureza inovadora nas suas estruturas e formas de lutas.
            O segundo reforço ao Consenso de Washington veio por meio da iniciativa da “Cúpula das Américas”, realizada pela primeira vez em 9 de dezembro de 1994, em Miami nos Estados Unidos. Essa reunião dos governos das Américas buscou discutir e aprovar a unificação dos países em torno de um acordo comercial, estabelecido por meio da implantação da Aérea de Livre Comércio das Américas – ALCA. Essa iniciativa pretendia reunir os 34 países das Américas e Caribe, com exceção de Cuba. A proposta, devido as intensas mobilizações populares nas Américas foi renegada em 2005 na III Cúpula realizada na Argentina. Posteriormente esse projeto foi modificado para acordos bilaterais, mas as cúpulas continuaram e, até este ano de 2018, foram realizadas oito Cúpulas, tendo em cada uma delas um tema central, sem nunca desprezar as decisões sobre os temas anteriores.
            Passa despercebido nas atas das reuniões, certos tópicos, que a militância política, por não estudar detalhadamente essas reuniões e, provavelmente para os representantes da maioria dos governos que não se sentem momentaneamente atingidos nem pressionados, a intencionalidade da elaboração. Observando atentamente a Carta de Princípios da Primeira Cúpula das Américas, há um breve parágrafo incluindo a corrupção como um cuidado a ser tomado, em vista de manter as democracias. Assim diz o texto: A democracia eficaz exige um ataque global a corrupção como fator de desintegração social e deformação do sistema econômico que solapa a legitimidade das instituições políticas”. Apenas isso seria suficiente para liberalizar a coerção e criminalização dos inimigos do império.
            Com esse espectro de coerções o imperialismo passou a articular novas formas de intervenções, que não dependiam nem era apropriado o uso das forças militares.  A bem da verdade, o fantasma dos “golpes militares” ficou como assombro psicológico apenas no imaginário da velha esquerda que sempre temeu a volta das ditaduras; parcela das novas gerações, na atualidade, até defendem a política totalitária, mas, para o império essa forma de intervenção está colocada,provavelmente, como o último dos recursos.
O que houve de fato após a integração dos diversos artifícios foi a inflexão da intervenção militar para o novo centro catalisador da repressão, que associou o Ministério Público e o Poder Judiciário, tendo como base de apoio o Poder Legislativo e as forças de inteligência do departamento do Exército e das polícias. A dominação passou a ser feita “dentro da lei”, pois ela é, a partir dessa estruturação, o poder soberano, por isso, mesmo que a lei seja manipulada para tornar indícios em crime, o lema de que “ninguém está acima da lei” se ajusta para enquadrar qualquer indivíduo ou entidade que queira perseguir.
            Com bastante facilidade podemos retomar a segunda metade da década de 1990 em diante, e reavivar as formas de ataques contra a corrupção pela perseguição das Ongs e dos movimentos populares e sindicais,com a instalação, pelo parlamento, das CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito). O resultado das investigações rendia de imediato a desmoralização e a criminalização dos atingidos, pela ampla divulgação da mídia e, as indicações de supostos “desvios de verbas públicas” iam parar nas mãos do Ministério Público, que acionava a Polícia Federal para efetuar as prisões, invasões de sedes para apreender documentos e encaminhar a abertura de processos que tornavam as entidades juridicamente inadimplentes e, por isso, nulas do ponto de vista legal.
            Contra os movimentos populares, por não terem patrimônio nem personalidade jurídica, a repressão se deu com a combinação de duas formas: a mídia que se encarregou de, primeiramente, os tornar conhecidos por intermédio da divulgação das mobilizações e, posteriormente, pela restrição dos programas e das políticas públicas. Nesta segunda forma,couberam todas as iniciativas propostas pela política do receituário ao combate aos “Conflitos de Baixa Intensidade”, aplicadas em vários países nas formas de criminalização dos movimentos, principalmente aqueles ligados à luta pela terra como:congelamento das marchas por ordem do poder judiciário; proibição de acampar em beiras de rodovias; corte de convênios e oferecimento de cestas básicas; a não desapropriação de terras ocupadas; a substituição da desapropriação pela compra de latifúndios por intermédio de associações com o claro objetivo de esvaziar as mobilizações dos movimentos; processos contra lideranças e aliados; corte de convênios e programas sociais, etc.
            O terceiro reforço de unificação das políticas de repressão nas Américas, por indicação também da “Carta dos princípios” da Primeira Cúpula das Américas de 1994, se deu pela expansão da importância do poder judiciário: Por considerarmos essencial que a justiça seja acessível, de maneira expedita e eficiente, a todos os setores da sociedade, afirmamos que um poder judiciário independente é elemento essencial de um sistema jurídico eficaz e de uma democracia duradoura.”
A determinação ali iniciada foi de que todos os esforços de contenção e repressão passariam pelo poder judiciário e, com isso,a Organização das Nações Unidas – OEA, principalmente, seria o órgão de articulação da formação dos agentes, desde o Ministério Público até os técnicos de investigação e das forças de repressão. Para este fim, passou a funcionar na sede da OEA, localizada em Washington, a Secretaria de Assuntos Jurídicos (SAJ) com três departamentos: Departamento de Direito Internacional; Departamento de Cooperação Jurídica; Departamento de Assessoramento Jurídico.
            Por intermédio desses artifícios é de fácil compreensão que a onda de golpes juridicamente confirmados, iniciada em Honduras (2010); Paraguai (2012) e Brasil (2016) juntamente com a prisão de lideranças e do ex-presidente Lula, não se trata de um movimento de revolta da classe média local, nem tampouco uma iniciativa da elite de cada país isoladamente. A mesma iniciativa já há tempos ronda a Venezuela e, mais recentemente, desloca-se para a Nicarágua numa clara demonstração que essa estratégia está longe de atingir o seu esgotamento.
            Por outro lado, enquanto o imperialismo veio acumulando forças por meio das experiências com o objetivo de manter a hegemonia do poder sobre as Américas, as forças de esquerda se fizeram acompanhar por duas fraquezas, que custa a se darem conta para se desfazerem delas: a primeira é a ilusão com a institucionalidade pura e,a segunda, a educação para a luta defensiva.
            A ilusão com a institucionalidade impede que surja outra agenda que puxe para frente as perspectivas que vão além dos horizontes do capitalismo. As vitórias eleitorais possibilitaram pequenos avanços no que tange aos benefícios e a distribuição de renda. Iludiram-se os condutores desse projeto que se podiam realizar transformações gradativas ancoradas nas subsunções do Estado, este, sem penalizar os capitalistas funcionaria como uma máquina distribuidora de justiça. Por isso, devido ao cansaço das organizações populares e sindicais, a disputa eleitoral se coloca como uma emergência e como única saída para antepor-se ao neoliberalismo. Não terá sentido algum,se isto não se tornar um impulso para provocar rupturas mais profundas com o sistema capitalista.
            A educação para a luta defensiva é própria da natureza dos movimentos populares e sindicais que reinvindicam direitos ou que lutam para não perdê-los. As ações, ao mesmo tempo em que aparentam ganhos, não contém o avanço do capital que se torna cada vez mais poderoso. Se o operário quer que a fábrica continue crescendo, para que ele tenha o emprego garantido, o funcionário público quer que o Estado arrecade mais e seja eficiente para pagar o seu salário. Essa cumplicidade cultural remete sempre à subserviência ao poder econômico e ao Estado, por isso não há espaço para nascer o sujeito revolucionário da História.

4 – Indicadores táticos

            Diante do exposto é inteligente perceber que o imperialismo, embora em meio às constantes crises do capitalismo, continua exercendo o seu papel intervencionista mesmo quando o discurso aparenta ser progressista e humanitário. Na medida em que o capital se estende por todo o globo, as mesmas decisões tendem a repercutir por todo o universo, mas causa maior impacto nos países de economias dependentes e de Estados com a soberania comprometida. Quatro aspectos nos chamam a atenção neste primeiro quarto de século e que nos servem de alento, pois representam espaços e lugares de intervenção:

1º - Avanços da civilização com atrasos nas esferas de dominação

 Não se pode negar que as lutas civilizatórias trouxeram para a humanidade enormes benefícios em relação a conquista de direitos políticos, sociais e de igualdade de relações, mesmo dentro do capitalismo. Parcelas das populações que antes eram vistas como “minorias” afirmaram-se como parte das maiorias. No entanto, o capital não consegue mudar as leis de acumulação e nem tampouco o Estado avança para modificar a sua natureza de classe. São dois núcleos duros que enfrentam cada vez mais a resistência das novas relações sociais.
            Essa disparidade deixa cada vez mais evidenciada, que a propriedade privada dos meios de produção está na contramão da distribuição da riqueza e do acesso aos benefícios, assim como o próprio Estado com os poderes autônomos dos cidadãos, cuja estrutura serve para abrigar corruptos, vadios e saqueadores dos cofres públicos, já não se justifica mantê-lo. Aos poucos esse desgaste demonstrará como ocorreu com o Estado feudal que se tornou impróprio para o novo modo de produção. Sendo assim, enquanto as relações sociais mudam rapidamente, nem o capital, nem o Estado conseguem mudar de natureza e serão forçados cada vez mais ao confronto com as sociedades organizadas. Essa marcha é esperançosa pois aponta para o novo, mesmo que cotidianamente precisemos respirar entre os escombros da barbárie.
           
2º - O aprendizado histórico da natureza de classe dos processos

Os golpes militares ou jurídicos ensinaram que a classe dominante e o império são intolerantes, sanguinários e vingativos, logo, a política de alianças como se pensou na década de 1960 com “a burguesia nacional” e a busca do “consenso entre as classes” a partir de 2003, sem um projeto definido que coloque todas as representações como “forças auxiliares”, os mal-intencionados sempre derrotarão os bem-intencionados e, os processos derrotados ocasionam recuos indesejáveis.
            O processo conduzido por dentro da ordem ensinou as novas gerações que as lutas reivindicatórias servem apenas para manter as forças vivas, mas que, com o passar dos tempos, essas forças envelhecem e perdem a capacidade combativa, até mesmo para garantir a própria sobrevivência. Para aqueles que sempre contestaram a política, a resposta simplória dada a eles sempre foi que, “tudo é política”, desde o preço do pão até a luta pelo poder. O que de certo não foi bem dito, é que a política também tem as suas naturezas: totalitária, conciliadora, reformista ou revolucionária. Cada uma delas, leva consigo as grandes multidões;escolhe um destino para navegar; os portos de chegada e os sinais  que deixam é que fazem a diferença e revelam para onde cada navegação foi. A nossa navegação, forçada pelos ventos jurídicos, nos levou ao porto das lamentações e as celas dos presídios; não era então revolucionária.
            Este aprendizado é fundamental, fará com que as novas organizações já nasçam com a obrigação de pensar e querer o poder. Mesmo que as ações para suprir as necessidades imediatas sejam reivindicatórias, a natureza dos princípios elaborados serão inegociáveis e buscarão a superação das mediações que dão força estrutural aos inimigos.

3º - O enfrentamento do debate da distribuição da riqueza.
           
É da natureza do capital circular exigindo adequação das legislações e cobrar subsídios, sobrepondo-se às culturas locais e ao meio ambiente. Aos poucos as preocupações, diante do estado de barbárie social e ambiental, as propostas não estarão mais vinculadas astaxas de crescimento anual e às promessas de geração de empregos, voltar-se-ão para a desconcentração da riqueza por meio do princípio da “justiça distributiva” pensada já na antiga Filosofia de Aristóteles.
Os dados da Oxfam mostram que 1% das pessoas mais ricas do mundo ficaram com 82% da riqueza produzida no planeta no ano de 2017 e que enquanto as economia tiveram um crescimento pífio, a riqueza dos 2.043 bilionários do mundo dedes 2010 cresceu 13% ao ano enquanto que os salários cresceram 2%. De todas as formas isso a concentração da riqueza vem demonstrando que não vale a pena os países crescerem 5 ou 10% ao ano, pois, além de beneficiarem uma ínfima minoria, o planeta não suportará tal crescimento. A conclusão a ser alcançada a curto prazo é de que já se produziu riqueza demais, é hora de dividi-la.
            Esse caminho, no entanto, não poderá ser espontâneo. Uma nova ordem deverá ser acordada pela força política associativa da sociedade que garantirá a equidade na distribuição.

4º - A volta do domínio dos conceitos

 A comunicação em rede que permite o acesso às informações em tempo real, fragiliza o conteúdo dos conceitos e as informações entram pela esfera de simples curiosidades. No entanto, na medidaem que se polarizam as opiniões, as definições das concepções ficam mais evidentes e também as conseqüências da implementação de cada uma delas.
            Por outro lado, não há como concorrer com os meios de comunicação das elites, eles são investimentos lucrativos como qualquer outro investimento capitalista; há que considerá-los como meios de produção que deverão passar para as mãos de novos proprietários.
            Para tanto as organizações populares, políticas e sindicais e outras de gênero, raça, religião etc., deverão utilizar os instrumentos disponíveis e aprofundar os conteúdos conceituais contraditórios que tenham enraizamento social. Podemos citar como exemplo o suposto antagonismo entre a ditadura e democracia em voga no momento.
Na medida em que aprofundamos os termos veremos que aquilo que tomamos como democracia é na verdade parte da sustentação da ditadura. Por que isto ocorre? Porque fomos educados a perceber que a democracia se refere ao regime político e, por isso, a sua comprovação se dá apenas pelo processo eleitoral. Na verdade, se não temos igualdade de condições materiais, não teremos igualdade de acesso aos produtos, às programações, aos inventos, serviços etc. Logo, a ditadura não se apresenta como um regime totalitário efetuado pela política, mas um totalitarismo econômico que separa os que possuem poder aquisitivo dos que não possuem.
            Aos poucos “voltaremos” ao tempo em que se queria saber o por quê das coisas e será esse querer que engrenará as novas investidas em busca do poder da maioria.

Conclusão

            Diante do que vimos, não devemos fechar nenhuma conclusão precipitada, mas pelo menos deixar em aberta compreensão de que os interesses do imperialismo em tempo algum estiveram afastados e descuidados dos pequenos movimentos da suposta desobediência de suas diretrizes. A vigilância sempre foi intensa e, as substituições das iniciativas esgotadas, sempre vieram camufladas dentro de um discurso progressista como: defesa dos direitos humanos, da democracia, apoio ao desenvolvimento humano etc.
            Ao transmutarem o“imperialismo” para a denominação de “globalização”, passou-se a usar o tal conceito em todas as linguagens, de esquerda e de direita com a mesma naturalidade. Inclusive cultuando-a com palavras de ordem como esta: “Globalizemos a luta, globalizemos a esperança”, indo de encontro aos interesses da linguagem do império.
            Isto, apenas como ilustração, deve agora fazer-nos perceber que as forças do imperialismo penetram em nossos territórios e culturas, por meio dos cinco sentidos, fazendo-nos expressar pelos diferentes dialetos os anseios da dominação.
            O mercantilismo continua sendo o braço mais forte do imperialismo. É por meio dele que todas as culturas assimilam ao mesmo tempo as mesmas descobertas e consomem os mesmos inventos. O mundo do consumo é também um mundo pensado pela globalização, por isso ele não é um lugar sem garantias. O Estado é o garantidor de cada movimento estranho que ameace os interesses do capital externo.
            Se assim entendemos o Estado, veremos hoje, como viu a burguesia na modernidade quando enfrentou-se com o “Estado feudal” ou mais propriamente com os reinados em forma de Estado, que a superestrutura criada para cooperar com a base econômica, de fato tem o seu compromisso com os possuidores de propriedade. No passado isto ficava mais claro, pois somente tinha direito ao voto quem era proprietário e, as mulheres, exceto as viúvas que tinham posses, somente foram autorizadas no Brasil a votar a partir de 1930 e, os analfabetos, vistos também como despossuídos, tiveram esse direito reconhecido somente em 1988. Estamos dizendo então que o Estado não mudou, ele é a forma de poder centralizado que a burguesia criou após derrotar os reinados e assim foi organizado para servir a ordem, mas a “ordem de direito” é também o “direito à ordem”, apropriando-se dela para que tudo continue como está. Uma única saída é oferecida para cada cidadão que deseja a ascensão social, que é a livre concorrência.
            Por fim, devemos voltar ao conceito de transição para educar-nos em vista do processo de mudanças. Há gerações que provocam grandes avanços e servem de suporte para as novas geraçõescompletarem o trajeto histórico e, há gerações que entregam o vazio devido aos passos desacertados. Ambas servem de exemplo para a continuação, pois ajudam a indicar os acertos a serem repetidos e os erros a serem renegados. Mas a lição fundamental é que não há saída por fora da organização política. O esvaziamento midiático das formas de organização, principalmente, a forma partidária, é a volta da “teoria da espontaneidade” que já foi derrotada no passado pelas forças revolucionárias, nos primeiros passos da organização da Revolução Russa.
            A espontaneidade, das formas, das ideias e dos métodos, vagueia pelos bancos universitários fazendo coro com a ideologia da “escola sem partido de esquerda”, isto porque de posse da espontaneidade, defendem o “partido da direita” que, como numa linha de produção, produz os produtos e junto a eles produtores alienados.
            Os processos de mudanças revolucionárias nunca foram fáceis e aqueles que tentaram encurtar o caminho pelas facilidades foram levados à conciliação ou tiveram ou ainda têm, como é o caso da Venezuela, que enfrentar a guerra civil, isto porque, não é a bondade dos governantes nem a ideologia de um partido que implementa a igualdade social, mas o enfrentamento entre as forças, vencidas ou derrotadas com maior ou menor esforço, mas, sem o conflito não se atravessa o rio para chegar a outra margem onde de fato reside o ponto de comando do tempo futuro.

Referências

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MARIUTTI, Eduardo Barros. Balanço do Debate: A transição do feudalismo ao capitalismo. São Paulo: Hucitec, 2004.

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Primeira Reunião de Cúpula das Américas Declaração de Princípios.In







[1] Doutor em Filosofia/UFBA. Docente FASB/Componente do Grupo de Estudos sobre Dinheiro Mundial e Financeirização / Universidade Federal do Espírito Santo – UFES.