Chegam-nos
notícias de que o programa “Mais Médicos” já vai sendo encerrado pelo
presidente eleito que ainda nem assumiu. Muitos municípios vão ficar sem ou quase
sem assistentes depois que os médicos cubanos forem embora. E esta desgraça cai
sobre quem votou e também sobre quem não votou no desmedido candidato. Noticiam
os jornais que um município do Estado do Paraná onde o futuro chefe do
executivo obteve 74% dos votos, 75% dos médicos já foram embora porque eram
cubanos. Há o provérbio popular que diz:
“Depois do mal feito, chorar não é proveito”. E agora? Como eles diziam? “É
melhor já-ir se acostumando”.
A
História tem passagens políticas e tem políticas de passagem. O Estado é um
lugar de privilégios que serve bem aos privilegiados. Essa forma de poder centralizado
surgiu no capitalismo para salvaguardar o capital e a propriedade privada. Por
isso a função primeira é garantir o direito à produção da forma mercadoria,
tendo o trabalho, a mais-valia, a troca e os impostos, como fatores
responsáveis pela produção e reprodução da valorização do valor.
No
entanto, as posições políticas dos indivíduos proprietários, nem sempre
coadunam em favor do sucesso das relações entre a forma econômica e a forma
política, isto porque, devemos admitir que nem todos os patrões, assim como,
nem todos os trabalhadores estão unificados em torno de uma mesma posição
política e, por isso, muitas relações podem ser rompidas na sociedade
capitalista, menos o direito à propriedade privada dos meios de produção e da
propriedade em geral.
É
nesse sentido que, aparentemente, a esfera política funciona separada dos
proprietários das mercadorias, do dinheiro e do capital. As instituições
estatais se distinguem dos indivíduos que estão submetidos ao mesmo ordenamento
jurídico; elas cumprem a função de garantir o funcionamento do capitalismo
enquanto modo de produção.
Sendo
assim, o Estado serve à burguesia, mas não é propriamente burguês, porque,
juridicamente pode coagir qualquer indivíduo, basta que ele se indisponha
contra a lógica da ordem estabelecida pelo capital. O Estado é acima de tudo,
capitalista, porque as formas econômicas, política e jurídica, apesar de
funcionarem com autonomia, não podem atentar contra os pilares de sustentação
do modo de produção capitalista.
Por essa razão, podemos compreender porque o
revezamento de representantes das classes antagônicas nos governos, não abalam
o funcionamento do modo de produção capitalista. Já tivemos governos
progressistas e o capital se deu muito bem, agora, com cheiro de totalitarismo
no ar ele continuará a reinar, mas há contradições. Principalmente nas crises,
não tendo mais o que angariar, os concorrentes abocanham-se entre si. É só
aguardar.
A ideologia
desenvolvida pelo futuro governante no processo eleitoral, centrada sobre as
características e virtudes da nação, comoveram e convenceram muita gente. Com
isso, mesmo que o capital não respeite fronteiras, o orgulho nacional acalenta
o sentimento de pertença e supera as posições de defesa dos direitos daqueles
que se incluem no não projeto vitorioso. Esse suposto orgulho da nacionalidade
anti-corrupçao, religiosa e anti-comunista
construído pelos indivíduos que formarão o governo, servirá para um tempo, depois, as palavras mágicas já não conseguirão
controlar os poderes das mercadorias e as reações de revoltas espontâneas que
fortalecerão as divisões e o aprofundamento dos atos de barbárie.
Chegará o momento em
que dar-se-á tudo para estar perto de grupos organizados, como foi no início da
formação da humanidade; quem ficasse isolado “a onça comia”. Será a vez então
de se ouvir que os comunistas estavam com a razão, porque defendiam a
solidariedade e a cooperação entre os todos.
Ademar Bogo
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